
Até 2026, o objetivo do Governo passa por garantir habitação digna a 26 mil famílias, via Plano de Recuperação e Resiliência (PRR). No entanto, e ao que tudo indica, a aplicação das verbas está atrasada. Dados do portal Mais Transparência indicam que o valor executado não chega aos 50 milhões (cerca de 3%). Quer isto dizer que 97% dos fundos estão por gastar.
Os cálculos foram feitos pelo jornal Expresso, que analisou os principais investimento públicos em matéria de habitação. Os dois maiores investimentos estão a cargo do Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana (IHRU): trata-se de 1.800 milhões de subvenções e empréstimos para construção e reabilitação de 26 mil casas para habitação social, e mais cinco mil para arrendar a preços acessíveis.
- Programa de Apoio ao Acesso à Habitação (PAAH) – 1.211 milhões para 26 mil casas, executados cerca de 46 milhões (4%).
- Parque Público de Habitação a Custos Acessíveis – 775 milhões para colocar 6.800 casas a arrendar, 5.210 casas das quais promovidas pelo IHRU no total de 607 milhões. Até agora foram mobilizados apenas 3,7 milhões (menos de 1%).
O Executivo garante que tudo estará terminado dentro das metas definidas. "O Governo, não obstante os conhecidos constrangimentos conjunturais, mantém o objetivo de garantir habitação digna a 26 mil famílias via PRR, não estando à data prevista qualquer reprogramação”, disse fonte oficial do ministério da habitação, ao jornal.
Já a Confederação Portuguesa da Construção e do Imobiliário (CPCI) considera que a “capacidade de executar os 26 mil fogos até 2026 é “altamente improvável”. O vice-presidente da CPCI, Ricardo Pedrosa Gomes diz que há muito projetos “datados no tempo, não atualizados nos seus valores e, nalguns casos, também em aspetos técnicos, necessitando de tempo para serem corrigidos, o que agrava a pressão sobre o calendário previsto nos fundos do PRR”.
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