
Portugal continua no radar dos investidores imobiliários nacionais e estrangeiros, sendo a “criação de nova oferta uma excelente oportunidade” no mercado nacional. Quem o diz é Carlos Cardoso, CEO da JLL Portugal, salientando que o país precisa de “acelerar a capacidade de produção imobiliária, sendo claro que os investidores e os promotores têm muito interesse em fazê-lo”.
“Há muita vontade de lançar novos projetos, fazer novos investimentos nas mais diversas áreas, mas continuamos a esbarrar com obstáculos importantes a nível de licenciamento e fiscalidade, que temos, como país, de resolver”, refere Carlos Cardoso, citado em comunicado.
O gestor adianta, de resto, que “Portugal continua a estar no radar internacional de investimento e das empresas que ocupam escritórios e áreas logísticas, além de beneficiar também da diversificação das fontes de procura externa quer a nível da habitação tradicional quer dos novos formatos de ‘living’, dos quais se destacam as residências de estudantes”.
"Há muita vontade de lançar novos projetos, fazer novos investimentos nas mais diversas áreas, mas continuamos a esbarrar com obstáculos importantes a nível de licenciamento e fiscalidade, que temos, como país, de resolver"
Carlos Cardoso CEO da JLL Portugal
“Os preços e as rendas dos diversos segmentos deverão crescer devido a esta base sólida de procura, mas o seu ritmo de crescimento reflete sobretudo o facto de o mercado se manter deficitário de oferta”, acrescenta.
Na mesma nota a consultora divulga as perspetivas de evolução para o mercado imobiliário português em 2025, realçando a emergência da sustentabilidade e eficiência energética, da inovação tecnológica e da localização estratégica como os fatores chave a influenciar a procura e as decisões de investimento e ocupação.
“O mercado está a evoluir muito rapidamente e estes são requisitos cada vez mais críticos para consumidores, ocupantes, proprietários, investidores e promotores imobiliários”, salienta o CEO da JLL. “São aspetos que influenciam as decisões de quem compra, vende ou arrenda imóveis, bem como para quem os detém ou desenvolve, e vão ter um impacto crescente sobre a dinâmica do mercado imobiliário em todos os segmentos. Isso está a acontecer já”, conclui.
O que esperar do imobiliário em 2025
De acordo com a consultora, no segmento de escritórios, dois dos temas mais marcantes em 2025 serão:
- A pressão para os proprietários modernizarem os ativos para ir ao encontro dos padrões de sustentabilidade e descarbonização;
- A crescente importância da componente híbrida, alinhada à localização estratégica que será mais crucial que nunca.
“No retalho, a relevância destes fatores chave é também especialmente evidente, sendo este um setor onde a inovação tecnológica é central para proporcionar uma experiência ao consumidor e promover a sua deslocação à loja física”, lê-se no documento.
Em termos económicos, espera-se um 2025 melhor que 2024, com impacto positivo sobre o mercado imobiliário, onde condições macroeconómicas favoráveis são um estímulo para a procura"
Carlos Cardoso, CEO da JLL Portugal
No que diz respeito ao imobiliário industrial & logístico, “um dos segmentos de maior potencial de crescimento, os data centers, é impulsionado pelo crescente recurso aos sistemas de inteligência artificial (IA), sendo igualmente um setor onde a procura é também bastante impactada pela necessidade de projetos com maior sustentabilidade, eficiência energética, e onde a localização estratégica é chave”, indica a JLL.
Em jeito de conclusão, a consultora estima que os segmentos de escritórios, retalho e logística, bem como o de habitação e hotelaria, deverão registar um desempenho sólido em 2025, com indicadores de ocupação, transação a valorização a crescerem face a 2024.
“Em termos económicos, espera-se um 2025 melhor que o ano 2024, com impacto positivo sobre o mercado imobiliário, onde condições macroeconómicas favoráveis são um estímulo para a procura. Também nesta área permanecem alguns desafios, nomeadamente a nível dos conflitos armados na Europa e das alterações que possam advir das políticas comerciais da administração Trump. Mas, em geral, o mercado imobiliário nacional deverá ter um melhor ano do que em 2024”, remata Carlos Cardoso.
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