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Comissões MB Way: banca “vicia” clientes com serviços gratuitos e depois cobra, acusa Deco
MB Way

A associação de defesa do consumidor (Deco) acusa a banca de “viciar” os clientes com serviços gratuitos, para mais tarde passar a cobrar comissões "sem critério ou justificação sobre os valores exigidos”. A reação da associação surge depois do BPI ter a anunciado a intenção de começar a cobrar pelas transferências na aplicação MB Way.

“Consideramos preocupantes os aumentos das comissões sobre as transferências via MB Way, pois recaem sobre montantes reduzidos, como a mesada do filho, o jantar dividido pelos amigos ou um pequeno valor para desenrascar um familiar. É isso que mostram os dados da SIBS: 63% das transferências via MB Way têm um valor máximo de 50 euros e 27% não ultrapassa os 10 euros”, argumenta a Deco, em comunicado.

A associação considera que o agravamento das comissões para transferências via MB Way contraria o princípio básico do serviço, destacando que a atitude de a bancar “viciar” os clientes para depois cobrar comissões “não é nova”. 

Como o idealista/news noticiou, alguns dos bancos que disponibilizam a funcionalidade MB Way já inscreveram comissões nos seus preçários, só que ainda não as estão a cobrar ou não revelaram a data a partir da qual o vão passar a fazer. Na prática, os preçários existem, mas cabe a cada banco decidir se avança ou não com a cobrança.

Vinay Pranjivam, economista da Deco, citado pelo Público, destaca que “a definição do preço é, de facto, livre e da competência do prestador do serviço”, mas realça que “o que é estranho é o caminho de criar o hábito e, agora, passar a cobrar”. Para o economista da Deco, a iniciativa do BPI pode ser indiciadora “de mais um movimento de cobrança de comissões que se junta a todo o conjunto de comissões cobradas nos serviços bancários”

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